domingo, 26 de fevereiro de 2012

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"Bruno sentia a pele formigar intensamente. O ar vibrava com a mesma intensidade. Minutos se passavam e Aline continuava naquela posição inerte. Ele conteve o impulso de se levantar e ir até ela, limitou-se apenas a vigiá-la de perto. Até que começou a notar que algo mudava. O feio ferimento aberto na pele abaixo de seus seios estava fechando-se. A pele voltava ao seu lugar, se restituindo como o retroceder de um vídeo."

— Mil Garças —

domingo, 19 de fevereiro de 2012

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"Amanda via que era demais para ela. Não fazia parte daquele quebra-cabeça que ela se forçava a encarar. Estava de fora. Aliás, nunca esteve dentro dele. Era uma mera espectadora empurrada a assistir à montagem das poucas peças à mesa. Ainda sim, duas ou três peças que se esquivavam umas das outras em um jogo complexo. Na verdade, estava no jogo errado. Era uma peça trivial, perdida de um outro quebra-cabeça pela metade, perambulando por onde não devia. Não havia lugar para ela ali. Nunca houve. E essa dura verdade perfurou-a mortalmente.
       — É, mas eu não sei onde me encaixo nela. Eu tento, eu quero muito acreditar em você, mas isso não está funcionando."

— Mil Garças —




sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

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"— Não sei por que, mas eu já adivinhava que fosse dizer isso. E... e... e em parte eu deseje fazer o mesmo.
       Aline nada disse. Não sorriu. Mas por dentro sim. Ouvi-lo dizendo aquilo fazia com que a estrada não fosse tão sinuosa e escura. Por que, acima de tudo, o velho Daniel ainda estava vivo querendo se libertar da prisão intangível. Ela esticou os dedos de encontro aos dele e enlaçou-os. Apesar de tudo, nunca sentira-se tão ligada à ele."
 


- Mil Garças -

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

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"O ar em torno do mago pareceu deslocar-se a uma velocidade mais rápida que o vento e a ganhar forma. Então, a cabeça dele foi lançada para trás como se alguém a puxasse para baixo como uma força tremenda. O ar solidificou-se, formando uma parede de concreto invisível e o mago foi de encontro a ela, colidindo. Uma névoa prateada começou a surgir timidamente até se adensar e enlaçar os membros do mago impotente como correntes de fumaças.
Aline caminhou em direção ao mago aprisionado à quase um metro do chão, calmamente. Lá em cima as nuvens começaram a se dispersar, marchando rumo ao norte, e a lua surgia timidamente por entre elas. Aline avançou."






 
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