quarta-feira, 11 de julho de 2012

1# Cena solta de Mil Garças

"— Isso não irá acontecer novamente. — Falou ele. Soou mais como uma ordem do que como uma pergunta. — Essa noite não irá se repetir.
— E não vai mesmo. Na próxima vez...
— Não haverá uma próxima vez! — Bruno cortou-a com acidez. — Uma pessoa morreu essa noite. Não permitirei que você siga pelo mesmo caminho. Aconteceu uma vez, pode acontecer de novo. Poderia ter sido você!
Aline ficou de pé num pulo para encará-lo nos olhos. Sua expressão era de inconformidade geral.
— Você não decide nada aqui, se é que preciso lembrá-lo disso. Eu sei o que estou fazendo e não vai ser você quem me dirá o contrário. Daniel precisa de mim. Não vou permitir que o levem.
Bruno saltou da cama, ficando de pé também. Vincos formaram-se nas extremidades de seus olhos.
— Aline! Você não pode continuar com isso. Não tem cabimento. É loucura! Não entende que pode morrer se continuar tentando? Pelo que pude entender, nada vai mudar. Nada do que você fizer irá adiantar. Qualquer esforço é inútil. Nada irá salvá-lo! — Bruno se calou e desejou que as últimas palavras saltassem de volta em sua boca.
— É o meu irmão. Como dizer uma coisa dessas? — Vociferou Aline, os punhos cerrados. — Nada do que você disser fará alguma diferença, por que eu já tomei a minha decisão. Minha e minha. Não sou idiota ou estúpida. Conheço os riscos e estou disposta a corrê-los por ele. O que não vou fazer é cruzar os braços e vê-lo morrer.
— Mas isso é o que é. É loucura!
Aline mordeu o lábio. Fitou-o, os olhos não mais brutais. Por um momento Bruno pensou que tivesse vencido por conta de seu silêncio. Mas Aline estava engolindo o caroço que se formara em sua garganta. Não iria chorar.
— Você não entende. — Disse por fim. — Não consigo ficar parada enquanto ele definha. Eu não conseguiria viver se não fizesse alguma coisa, consegue entender? Acho que não. E não toque novamente nesse assunto, por favor. Já está decidido. Morro tentando. Terá que aceitar isso se você...
Aline se calou. As palavras morreram em sua boca antes que pudesse proferi-las. Achou melhor assim. Seria um crime se o fizesse.
— Se eu o que? — Bruno quis saber, olhando-a desconfiado.
— Nada. — Foi só o que ela conseguiu responder.
Ela balançou a cabeça em negação. Ergueu os braços e deixou-se cair na cama, e ficou ali encarando o teto.
Bruno continuou onde estava, olhando-a sem ousar piscar. Por um momento queria trancar atrás de uma porta toda aquela paranoia. O que tinha ouvido ali. O que tinha visto ao chegar ali e o que presenciara dias antes no galpão. Não iria fazê-lo, contudo. Covarde não era.
— Se é assim então, você não está nessa sozinha. — Disse por fim, a voz firme e seria como nunca pode estar. — Agora me diga como posso ajudar.
—Você não pode ajudar em nada. No máximo, será morto. Um arcadian não perdoa quando se trata de romper um laço.
— E então? Por que me deixou saber de tudo isso? Pra quê?
— Pra mim não faz diferença você estar por dentro ou não.
— Está mentindo.
— Que seja.
 Bruno andou alguns passos até o centro do quarto e voltou.
— Então me diga como me tornar um.
Aline ergueu-se no mesmo instante, ficando sentada. Os últimos rastros de azul foram engolidos pela cor pálida reluzente que surgia em seus olhos.
— Você quer dizer um arcadian? 
Ela não esperou que ele respondesse. A mesma automática que examinava a pouco retornou à sua mão e estava a pontada para a cabeça de Bruno.
— Hmm, que tal assim? — Disse, mesmo sem emoção alguma, sua voz era como se provasse gelo. — Só não posso garantir que você volte.
A respiração de Bruno cortou. Ainda não se acostumara às formas abruptas e não amistosas dela se expressar. Por fim, disse:
— Tudo bem, chega de encenações.
— Como queira. 
Aline fez a arma de desfazer em suas mãos antes de seus olhos voltarem ao tom normal.
— Cabeça de vento, não é? — Apontou. — Terá que provar a morte pra ser como eu. Acho que já ouviu isso."


Obs.:vou começar invadindo as cenas assim HAHAHAH. 
Pois bem. Estou naquele momento em que quero mudar o nome (de todos) e isso é terrível. Queria mudar o nome de Aline para Stela(queria um nome beem forte para ela)... Mas não sei não. Sei lá, ela ficou tão real que parece até um crime mudar o nome dela '-' #meferrei. É. E se o dela mudasse o de Daniel também mudaria, mas ainda não pensei em um nome que fizesse jus.
Então, estou realmente encrencada .-.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Magos da Morte



Os Magos da Morte (Arcadians)



              Há muito quando Samaael, o Anjo designado a roubar as almas dos homens no seu devido tempo, cansou de perdê-las para o abismo, por ser tão fácil de abnegarem luz e corruptíveis, e resolveu mudar essa situação. Elas eram preciosas de mais pra se abrir mão delas. E não podia simplesmente mudar o rumo delas, pois não havia forma de diluir o peso que certas almas carregavam. Era preciso criar algo que não fosse suscetível à corrupção, algo que filtrasse essas almas e as devolvessem limpas e renovadas. Então, Samaael criou uma maneira de resgatá-las criando os arcadians ou magos da morte. Algumas pessoas ao morrerem – na verdade é como uma espécie de pré-morte, incompleta – são escolhidas para trabalharem ao lado do Anjo Negro. Elas se defrontam com duas opções: morrer ou viver uma vida completamente diferente de como vivia, matando e julgando aqueles que provaram não serem merecedores da vida. Mas não é simplesmente matar por matar. As almas julgadas por um mago da morte tem toda a sua história apagada e recontada a partir daquele instante. Seus maus são passados para os magos que por sua vez não sofrem dano algum, para então renascerem — elas não terão outra chance caso falhem outra vez. 
               O lado ruim de ser um arcadian é a restrição de suas emoções. Enquanto permanecer no estado desperto o mago é privado de manifestar qualquer tipo de emoção, por ser o estado onde elas são tão fortes e intensas que são capazes de corromper o mago, levando-o à loucura e destruição. 
           O arcadian possui a habilidade controlar todos os elementos presentes no mundo dos vivos. São capazes de ludibriar a mente, controla-la e controlar o mundo dos mortos. Podem trazer e mandar almas para além do véu. Mas não podem desfazer o estrago feito por Lethes  Sabem que não podem trazer os mortos para o mundo dos vivos do qual não pertencem – não mais - pois eles já não são mais os mesmos.



                                   “Matar para viver é uma escolha brutal logo de cara. Mas depois você se acostuma. Torna-se uma tarefa fácil. Automática, entende? Tão fácil quanto respirar. Mas você não pode se desviar do caminho que escolher traçar. Mudanças de rumos não são toleradas. Acho que você sabe disso.”                 — Aline Bramante, Mil Garças




Lethes


Lethes
    
          É a substância contida nas armas usadas pelos magos. É o esquecimento eterno. Quem é atingido por essa substância é apagado, assim como todo o rastro de que algum dia existiu. Lethes é um dos rios do inferno, o Rio do Esquecimento, por isso o nome.

                                  “Além do mais, somente uma coisa é capaz de matar um mago. Lethes. Presumo que já saiba o que é essa belezinha. Balas comuns, quaisquer que sejam seus estragos, não podem nos matar. Ou qualquer outra coisa.”
— Aline Bramante, Mil Garças

terça-feira, 3 de julho de 2012

Voltando!!!


Olá, Pessoas!!!  - Dando um sinal de vida - Alguém aí???
Nossa, quanto tempo, hein? Tenho que limpar as teias de aranhas que o blog adquiriu com minha ausência . Tadinho *0*
Pois é, fiquei fora do ar por um bom tempo – não que eu quisesse, era necessário. Sabe como é: Faculdade, trabalho. Essas duas coisinhas consumiram praticamente todo o meu tempo e vão continuar a consumir por mais 5 anos e meio – é isso aí, engenharia na minha faculdade tem a duração de 6 anos!!! Agora é férias!!! UFA ! é difícil de acreditar HAHAHAHHAHAH
         E assim, não tive tempo de concluir Mil Garças, que embora esteja todo escrito não está pronto, falta passá-lo para o pc e revisá-lo (só algumas coisinhas que precisam ser acertadas .-.). Nunca vejo estudo como um fado ou algo do tipo, tirando a parte do sono – nunca tive uma experiência tão horrível com sono. Não poder dormir é a pior coisa de todas! Só espero aproveitar essas férias para terminar de vez Mil Garças e partir para O Ladrão de Almas – não sei se tinha comentado antes, mas esse será o nome do livro II 0/ – só que dessa vez terei de bolar um jeito de administrar bem o meu escasso tempo #fail. Tentarei postar sempre que puder, algumas informações, curiosidades e tals para não ficar completamente OFF. É tão chato isso, estar sempre pensando no livro e não poder fazer nada. Quantas vezes me peguei pensando em Aline e Daniel enquanto repassava os relatórios de física e química? OH, lord, era tortura.
         Então é isso pessoal, sem mais delongas. Esse post foi só para dizer que estou viva kkkkk e que há muitas coisas para serem vistas 0/
         Até o próximo post >.<

domingo, 4 de março de 2012

Sussurrando


Saudação

O tempo sempre nos complica tanto que não pensamos nele, apenas o deixamos passar. Quem sabe assim esqueçamos um pouco mais de preocupações idiotas e nos preocupamos com o que realmente importa: nós mesmos. Boa Leitura!

Sussurrando

Hoje perdi a concentração
Fugi pelo ultimo portão, sabe que nunca fiz nada
Sabe que não a derrubei da escada

Das poucas verdades que contei
Das muitas mentiras que sussurrei
De palavras a frases te enganando
Seu nome nos meus sonhos sussurrando

De nossas vidas separadas, poderia virar apenas uma
Pois nossos olhares mostram que no nosso coração existe uma lacuna
Que não pode se preencher com um “eu te amo”
Mesmo meu coração gritando tanto

Posso um dia esquecer de minhas opções
Pois só me aparece você nas canções
Não posso falar de amor,
Mas conheço bem a causa desse horror

Minhas palavras são vazias
Tanto que também me causam agonia
Agonia irrelevante
Quem me faz pensar em você a todo instante
Mas quero que você lembre:
Minha essência não vem de palavras
Não vem de minhas histórias
E nunca virá de você

Não a compreenda
Não a ame
Apenas aprecie.

Encerramento

Não procuro o significado bonito na vida, apenas tento encará-la da forma que ela me parece ser, pois é tudo tão incerto que sua própria existência depende da confirmação de terceiros. Por pequenos reflexos nos deixamos levar, mas gostaria que opinião valesse mais do que críticas ou elogios. QueTudo se tornasse único, mas nunca exclusivo apenas mais importante do que relativo. Agradeço a presença de seus olhos. Good Night!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Prévia#


"Bruno sentia a pele formigar intensamente. O ar vibrava com a mesma intensidade. Minutos se passavam e Aline continuava naquela posição inerte. Ele conteve o impulso de se levantar e ir até ela, limitou-se apenas a vigiá-la de perto. Até que começou a notar que algo mudava. O feio ferimento aberto na pele abaixo de seus seios estava fechando-se. A pele voltava ao seu lugar, se restituindo como o retroceder de um vídeo."

— Mil Garças —

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Prévia#


     
"Amanda via que era demais para ela. Não fazia parte daquele quebra-cabeça que ela se forçava a encarar. Estava de fora. Aliás, nunca esteve dentro dele. Era uma mera espectadora empurrada a assistir à montagem das poucas peças à mesa. Ainda sim, duas ou três peças que se esquivavam umas das outras em um jogo complexo. Na verdade, estava no jogo errado. Era uma peça trivial, perdida de um outro quebra-cabeça pela metade, perambulando por onde não devia. Não havia lugar para ela ali. Nunca houve. E essa dura verdade perfurou-a mortalmente.
       — É, mas eu não sei onde me encaixo nela. Eu tento, eu quero muito acreditar em você, mas isso não está funcionando."

— Mil Garças —




sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Prévia#


"— Não sei por que, mas eu já adivinhava que fosse dizer isso. E... e... e em parte eu deseje fazer o mesmo.
       Aline nada disse. Não sorriu. Mas por dentro sim. Ouvi-lo dizendo aquilo fazia com que a estrada não fosse tão sinuosa e escura. Por que, acima de tudo, o velho Daniel ainda estava vivo querendo se libertar da prisão intangível. Ela esticou os dedos de encontro aos dele e enlaçou-os. Apesar de tudo, nunca sentira-se tão ligada à ele."
 


- Mil Garças -
 
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