"— Isso não irá acontecer novamente. — Falou ele. Soou mais
como uma ordem do que como uma pergunta. — Essa noite não irá se repetir.
— E não vai mesmo. Na próxima vez...
— Não haverá uma próxima vez! — Bruno cortou-a com
acidez. — Uma pessoa morreu essa noite. Não permitirei que você siga pelo mesmo
caminho. Aconteceu uma vez, pode acontecer de novo. Poderia ter sido você!
Aline ficou de pé num pulo para encará-lo nos olhos. Sua
expressão era de inconformidade geral.
— Você não decide nada aqui, se é que preciso lembrá-lo
disso. Eu sei o que estou fazendo e não vai ser você quem me dirá o contrário. Daniel
precisa de mim. Não vou permitir que o levem.
Bruno saltou da cama, ficando de pé também. Vincos
formaram-se nas extremidades de seus olhos.
— Aline! Você não pode continuar com isso. Não tem
cabimento. É loucura! Não entende que pode morrer se continuar tentando? Pelo
que pude entender, nada vai mudar. Nada do que você fizer irá adiantar.
Qualquer esforço é inútil. Nada irá salvá-lo! — Bruno se calou e desejou que as
últimas palavras saltassem de volta em sua boca.
— É o meu irmão. Como dizer uma coisa dessas? — Vociferou
Aline, os punhos cerrados. — Nada do que você disser fará alguma diferença, por
que eu já tomei a minha decisão. Minha e só
minha. Não sou idiota ou estúpida. Conheço os riscos e estou disposta a corrê-los
por ele. O que não vou fazer é cruzar os braços e vê-lo morrer.
— Mas isso é o que é. É loucura!
Aline mordeu o lábio. Fitou-o, os olhos não mais brutais.
Por um momento Bruno pensou que tivesse vencido por conta de seu silêncio. Mas Aline
estava engolindo o caroço que se formara em sua garganta. Não iria chorar.
— Você não entende. — Disse por fim. — Não consigo ficar
parada enquanto ele definha. Eu não conseguiria viver se não fizesse alguma
coisa, consegue entender? Acho que não. E não toque novamente nesse assunto,
por favor. Já está decidido. Morro tentando. Terá que aceitar isso se você...
Aline se calou. As palavras morreram em sua boca antes
que pudesse proferi-las. Achou melhor assim. Seria um crime se o fizesse.
— Se eu o que? — Bruno quis saber, olhando-a desconfiado.
— Nada. — Foi só o que ela conseguiu responder.
Ela balançou a cabeça em negação. Ergueu os braços e
deixou-se cair na cama, e ficou ali encarando o teto.
Bruno continuou onde estava, olhando-a sem ousar piscar.
Por um momento queria trancar atrás de uma porta toda aquela paranoia. O que
tinha ouvido ali. O que tinha visto ao chegar ali e o que presenciara dias
antes no galpão. Não iria fazê-lo, contudo. Covarde não era.
— Se é assim então, você não está nessa sozinha. — Disse
por fim, a voz firme e seria como nunca pode estar. — Agora me diga como posso
ajudar.
—Você não pode ajudar em nada. No máximo, será morto. Um arcadian
não perdoa quando se trata de romper um laço.
— E então? Por que me deixou saber de tudo isso? Pra quê?
— Pra mim não faz diferença você estar por dentro ou não.
— Está mentindo.
— Que seja.
Bruno andou alguns passos até o centro do quarto e
voltou.
— Então me diga como me tornar um.
Aline ergueu-se no mesmo instante, ficando sentada. Os
últimos rastros de azul foram engolidos pela cor pálida reluzente que surgia em
seus olhos.
— Você quer dizer um arcadian?
Ela não esperou que ele respondesse. A mesma automática
que examinava a pouco retornou à sua mão e estava a pontada para a cabeça de Bruno.
— Hmm, que tal assim? — Disse, mesmo sem emoção alguma,
sua voz era como se provasse gelo. — Só não posso garantir que você volte.
A respiração de Bruno cortou. Ainda não se acostumara às
formas abruptas e não amistosas dela se expressar. Por fim, disse:
— Tudo bem, chega de encenações.
— Como queira.
Aline fez a arma de desfazer em suas mãos antes de seus
olhos voltarem ao tom normal.
— Cabeça de vento, não é? — Apontou. — Terá que provar a
morte pra ser como eu. Acho que já ouviu isso."
Obs.:vou começar invadindo as cenas assim HAHAHAH.
Pois bem. Estou naquele momento em que quero mudar o nome (de todos) e isso é terrível. Queria mudar o nome de Aline para Stela(queria um nome beem forte para ela)... Mas não sei não. Sei lá, ela ficou tão real que parece até um crime mudar o nome dela '-' #meferrei. É. E se o dela mudasse o de Daniel também mudaria, mas ainda não pensei em um nome que fizesse jus.
Então, estou realmente encrencada .-.